
Software brasileiro tenta reforçar o combate ao coronavírus
09/06/2021
Tecnologia é capaz de reconhecer padrões neurais, viabilizar testes rápidos e identificar como a doença age no corpo
Um grupo de pesquisadores brasileiros e especialistas voluntários lançou nesta sexta-feira (8) software capaz de detectar informações sobre a ação da COVID-19 no corpo humano. A campanha Seu cérebro diz é uma alternativa para contribuir com o combate à pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2). A iniciativa, cuja fase de testes começa já, tem como objetivo fomentar estudos para controle e descoberta da cura da doença.
A plataforma estará disponível gratuitamente para que hospitais e institutos de pesquisa de todo o mundo possam realizar os experimentos. Além de ajudar a entender a manifestação do vírus no cérebro humano, a tecnologia pretende agilizar o resultado dos exames comprobatórios, assim como no tratamento e desenvolvimento de vacinas.
De acordo com o pesquisador e idealizador do projeto, Pablo Mattos, o equipamento tem como base as pesquisas mais avançadas em neurotecnologia, atividade que exerce influência na compreensão que as pessoas têm do cérebro e dos vários aspectos da consciência.
“O cérebro tem uma íntima ligação com o corpo através do sistema nervoso, além de enviar e receber sinais de todo o organismo, os quais são registrados nas estruturas cerebrais e acionam diversas áreas da mente. Essa nova tecnologia, portanto, é capaz de reconhecer padrões neurais e identificar como cada doença age no corpo humano, sendo uma forte aliada para detectar mais rapidamente se uma pessoa está infectada pela COVID-19 ou como ele se comporta no indivíduo”, explicou.
Segundo os resultados dos testes primários, feitos durante o desenvolvimento, o software consegue mapear em apenas cinco minutos o que está ocorrendo no cérebro e no organismo humano em tempo real. A reunião de informações do dispositivo se dá por meio de um teste rápido com o usuário infectado pela doença. A análise desse teste é feita pelas palavras reproduzidas pelo paciente durante o período em que ele é colocado em transe.
A neurocientista Alessandra Ghinato Mainieri, também colaboradora do projeto, afirma que o programa utilizado para as avaliações é um algoritmo de inteligência artificial que realiza um cálculo complexo de possibilidades para detecção de padrões tanto de pacientes quanto de determinada doença.
“Palavras-chave são associadas a redes neurais das mais variadas e, por meio de um cálculo de probabilidades, estima-se o padrão comum para determinado indivíduo e o nível de correlação do padrão individual com padrões neurais já cientificamente conhecidos que estão associados a certas patologias”, esclareceu.
Testes
As etapas de testes da aplicação do software serão efetuadas de três maneiras. Na primeira delas serão analisados os dados de pacientes já infectados pela COVID-19, com o propósito de entender como o vírus funciona. Nos estágios posteriores, serão colhidas informações de pessoas com sintomas leves para, assim, finalmente desenvolver formas de tentar conter o avanço da pandemia.
Para mais informações, acesse o site oficial da campanha: https://www.seucerebrodiz.com/.